Encontro histórico entre as lendas da música mineira promete emocionar fãs
A música mineira vai ganhar um encontro de gerações inesquecível. Milton Nascimento foi confirmado como participação especial no novo álbum de Djonga, um dos principais nomes do rap brasileiro. A informação foi divulgada pela equipe de Bituca através da Billboard e promete trazer um momento único para a cena musical. O disco, que será o sétimo da carreira do rapper belo-horizontino, tem lançamento previsto para 13 de março de 2025.
Djonga, conhecido por sua habilidade de transitar entre diferentes estilos e pela forte influência da cultura mineira em sua obra, já expressou diversas vezes sua admiração por Milton. A participação do ícone da MPB no projeto reforça essa conexão e desperta grande expectativa nos fãs de ambos os artistas.
Milton Nascimento no rap: uma trajetória de influência e inspiração
Milton Nascimento é um dos artistas brasileiros mais respeitados no mundo, e sua música atravessa gerações e gêneros. Desde os anos 1970, sua obra tem sido reverenciada e reinterpretada por diversos artistas do hip-hop, tanto no Brasil quanto no exterior.
Várias faixas de Bituca foram sampleadas por grandes nomes do rap. Entre os destaques internacionais, J. Cole usou trechos da canção Francisco na música God’s Gift, enquanto Joey Bada$$ utilizou Tudo o Que Você Podia Ser em Don’t Front. No Brasil, Milton também foi homenageado em diversas produções. Djonga, por exemplo, já participou da faixa Maior que Seu Mundo, do rapper Xamã, que contém um sample de Para Lennon e McCartney.
Outro destaque é o clássico Cálice, que, além de ter sido um hino de resistência na ditadura, foi reutilizado pelo grupo Trilha Sonora do Gueto para criticar o encarceramento em massa. Milton também foi homenageado no universo do hip-hop de outras formas. Em 2019, sua turnê contou com painéis criados pelos grafiteiros OSGEMEOS, artistas icônicos do street art, reforçando a influência de sua estética no movimento.
Além disso, Milton Nascimento também foi referenciado na icônica capa do álbum Clube da Esquina (1972), que traz duas crianças sentadas diante de uma cerca, foi recriada por Djonga em seu disco de estreia, Heresia (2017). No lugar das crianças, aparece o próprio rapper, simbolizando sua conexão com a história da música mineira.
A influência de Milton Nascimento na obra de Djonga
O impacto de Milton na carreira de Djonga vai além das homenagens. O rapper mineiro já declarou que vê sua trajetória como uma continuidade do legado do Clube da Esquina. Em entrevistas, Djonga explicou a escolha da capa de Heresia, destacando o desejo de romper barreiras e mostrar que um artista de Belo Horizonte pode conquistar o Brasil e o mundo, assim como Milton fez décadas atrás.
“O Clube da Esquina vingou, rompeu as barreiras do Estado. Quis, humildemente, me comparar. Assim como eles, consegui ter êxito na carreira. É, ao mesmo tempo, uma homenagem e uma heresia, tipo ‘quem é esse cara para estar fazendo isso?’ É a falta de medo que tem que se ter na arte”, declarou Djonga.
Além disso, Djonga já teve a honra de interpretar um dos maiores sucessos de Bituca. Em um projeto especial do Spotify Brasil, o rapper gravou uma nova versão de Travessia, um dos primeiros grandes sucessos de Milton Nascimento. Sobre a homenagem, Djonga destacou a importância de manter viva a arte dos mestres:
“A arte feita com o coração e qualidade se torna atemporal. Quando estamos falando o que a gente sente, estamos mantendo a parada eterna.”
O último encontro entre os dois artistas aconteceu em novembro de 2022, quando Djonga fez questão de visitar Milton no camarim após o show de despedida do cantor no Mineirão. O evento reuniu 57 mil pessoas e encerrou a turnê A Última Sessão de Música, marcando a saída de Milton dos palcos, mas não da música.
O que esperar da parceria no novo álbum de Djonga?
A participação de Milton Nascimento no novo álbum de Djonga promete ser um dos momentos mais marcantes da música brasileira em 2025. Com estilos distintos, mas profundamente conectados pela essência mineira, os dois artistas devem entregar um trabalho que une tradição e inovação.
Resta agora aguardar 13 de março para ouvir o resultado dessa fusão entre rap e MPB. Mas uma coisa já é certa: quando Djonga e Milton Nascimento se unem, a música brasileira ganha mais uma página inesquecível na história.